26 de janeiro: marinheiro Popeye ressurge como goleiro. É mais um filósofo no baba.

Oh  paisso !   É verdade que nosso baba tá na UTI mas tudo tem limite, inclusive no futebol; tem sub 20, sub 15 e deve ter também sobre-peso,  afinal, a partir de  quantos quilos se pode aceitar alguém como boleiro naquelas bandas?  Ainda bem que o campo é rodeado de árvores e não venta forte porque senão, acontecia uma desgraça: perderíamos um craque logo no dia da estreia.  Popeye foi para estrear no gol, disse que treinou todos os goleiros do Nova Iguaçu e que conhecia do pedaço. Mas foi uma tarde em que sobraram goleiros porque até Lombardi apareceu, depois de um longo tempo preso no Baú da Felicidade.   Com quatro goleiros, três dos quais, filósofos, o baba tinha tudo para ser confuso.  Para evitar uma confusão ainda maior, foi feito um acordo para que nenhum filósofo apitasse o jogo porque daqui que eles refletissem e aprofundassem  o tempo do jogo já teria acabado e ele não tinha ainda decidido de quem era a bola.

Popeye tem a mão tão fina que coube dentro do dedo da luva; isso atrapalhou um pouco na hora de segurar as bolas dos adversários,  ficaram parecendo  dois palitos de comida japonesa agarrando o globo terrestre. Isto prejudicou muito o desempenho do cara; ele até que tem tempo de bola.  Alguns  atacantes se queixaram que, de longe, o gol parecia ter 3 postes  e um travessão; já os zagueiros do seu time se irritaram porque ele ficava  se protegendo do sol, escondendo-se atrás do poste e  correndo risco de levar gol. 

Tal como Negueba joga fumando, Popeye também resolveu tomar  seu sucuzinho de  espinafre – seu estimulante favorito e dar uma canja na linha, sim, de zagueiro ou ala esquerdo.  Bom,  então vamos a avaliação justa nas duas posições dele, na sombra e na linha.

Está claro que se trata de um jogador fino e ainda sentindo o peso nas costas de um longo tempo afastado da posição que ele mais gosta e mostrou alguma intimidade. Segura bem as bolas e distribui com generosidade, sem discriminar por idade, classe social, cor, credo. Dá prá todo mundo  - pela direita, pela esquerda e também pelo centro.  Ninguém se queixou de discriminação.  O Conselho de Sábios ainda não formulou seu veredito final, vai continuar observando o desenrolar do período de testes. 

Agora, os babas. Po..., quantos babas nós vamos contabilizar para as estatísticas? Não é justo que alguns joguem 5 partidas e outros joguem 3 ou 4 e se considere aquela bagunça final onde tudo se mistura e fique contando gols quando não se tem mais goleiros, mais zagueiros etc.  No baba que eu jogava antes e ainda existe se contava 3 partidas, de tal modo que todo mundo jogava duas vezes.  Sem goleiro de ofício fica aquele festival de gols e não tem a menor graça.

Bom, tivemos dois times e nenhuma sobra para apitar; foi um fiasco.  O baba dá sinais de esgotamento e está difícil achar gente; agora Djalma comprou um carro, um cd de pagodão e só quer saber de furnicar. João anda desaparecido, Baigon joga um, perde 10 gols e fica em casa envergonhado no sábado seguinte.  Quase chamo uma coroa no barradão para ir ao baba; ela disse que jogava mas achei gorda demais; não tenho mais para quem apelar; procurei uns amigos que conhecia lá no estádio mas não os encontrei.  Vamos pedir lá no SIM ou no Ministério do Trabalho que deve ter um monte de vadio.

Os babas foram bons; Nem parece que readquiriu a forma e voltou a jogar muito. Negueba também jogou muito e pede pra não chamá-lo de maconheiro porque o filho tá lá e ele não curte;  Erivelton também jogou bem mas não deu um passe; vou sugerir frequentar um centro espírita. Não tenho mais as estatísticas dos gols; erivelton  deu um golpe de estado e resolveu anotar; imagine no que vai dar isso...  A nigrinhagem voltou no banho.